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Atualização:
31 MAI 2013
15hs27min


Biografia - Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti
(Bezerra de Menezes)
1831-1900

Nascido na antiga Freguesia do Riacho do Sangue, hoje Solonópole, no Ceará, aos 29 dias do mês de agosto de 1831, e desencarnado no Rio de Janeiro, a 11 de abril de 1900.
Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, no ano de 1838, entrou para a escola pública da Vila do Frade, onde em dez meses apenas, preparou- se suficientemente até onde dava o saber do mestre que lhe dirigia a primeira fase de educação. Bem cedo revelou sua fulgurante inteligência, pois, aos onze anos de idade, iniciava o curso de Humanidades e, aos treze anos, conhecia tão bem o latim que ministrava, a seus companheiros, aulas dessa matéria, substituindo o professor da classe em seus impedimentos.
Seu pai, o capitão das antigas milícias e tenente- coronel da Guarda Nacional, Antônio Bezerra de Menezes, homem severo, de honestidade a toda prova e de ilibado caráter, tinha bens de fortuna em fazendas de criação. Com a política, e por efeito do seu bom coração, que o levou a dar abonos de favor a parentes e amigos, que o procuravam para explorar- lhe os sentimentos de caridade, comprometeu aquela fortuna. Percebendo, porém, que seus débitos igualavam seus haveres, procurou os credores e lhes propôs entregar tudo o que possuía, o que era suficiente para integralizar a dívida. Os credores, todos seus amigos, recusaram a proposta, dizendo- lhe que pagasse como e quando quisesse.
 O velho honrado insistiu; porém, não conseguiu demover os credores sobre essa resolução, por isso deliberou tornar- se mero administrador do que fora sua fortuna, não retirando dela senão o que fosse estritamente necessário para a manutenção da sua família, que assim passou da abastança às privações.
 Animado do firme propósito de orientar-se pelo caráter íntegro de seu pai, Bezerra de Menezes, com minguada quantia que seus parentes lhe deram, e animado do propósito de sobrepujar todos os óbices, partiu para o Rio de Janeiro a fim de seguir a carreira que sua vocação lhe inspirava: a Medicina.
 Em novembro de 1852, ingressou como praticante interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Doutorou-se em 1856 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, defendendo a tese "Diagnóstico do Cancro". Nessa altura abandonou o último patronímico, passando a assinar apenas Adolfo Bezerra de Menezes. A 27 de abril de 1857, candidatou-se ao quadro de membros titulares da Academia Imperial de Medicina, com a memória "Algumas Considerações sobre o Cancro encarado pelo lado do Tratamento". O parecer foi lido pelo relator designado, Acadêmico José Pereira Rego, a 11 de maio de 1857, tendo a eleição se efetuado a 18 de maio do mesmo ano e a posse a 1º de junho. Em 1858 candidatou- se a uma vaga de lente substituto da Secção de Cirurgia da Faculdade de Medicina. Por intercessão do mestre Manoel Feliciano Pereira de Carvalho, então Cirurgião-Mor do Exército, Bezerra de Menezes foi nomeado seu assistente, no posto de Cirurgião- Tenente.
 Eleito vereador municipal pelo Partido Liberal, em 1861, teve sua eleição impugnada pelo chefe conservador, Haddock Lobo, sob a alegação de ser médico militar. Objetivando servir o seu Partido, que necessitava dele a fim de obter maioria na Câmara, resolveu Bezerra de Menezes afastar-se do Exército. Em 1867 foi eleito Deputado Geral, tendo ainda figurado em lista tríplice para uma cadeira no Senado.
 Quando político, levantou-se contra ele, a exemplo do que ocorre com todos os políticos honestos, uma torrente de injúrias que cobriu o seu nome de impropérios. Entretanto, a prova da pureza da sua alma deu-se quando, abandonando a vida pública, foi viver para os pobres, repartindo com os necessitados o pouco que possuía.
 Corria sempre ao tugúrio do pobre, onde houvesse um mal a combater, levando ao aflito o conforto de sua palavra de bondade, o recurso da ciência de médico e o auxílio da sua bolsa minguada e generosa.
 Desviado interinamente da atividade política e dedicando- se a empreendimentos empresariais, criou a Companhia de Estrada de Ferro Macaé a Campos, na então província do Rio de Janeiro. Depois, empenhou-se na construção da via férrea de S. Antônio de Pádua, etapa necessária ao seu desejo, não concretizado, de levá-la até o Rio Doce. Era um dos diretores da Companhia Arquitetônica que, em 1872, abriu o "Boulevard 28 de Setembro", no então bairro de Vila Isabel, cujo topônimo prestava homenagem à Princesa Isabel. Em 1875, era presidente da Companhia Carril de S. Cristóvão.
 Retornando à política, foi eleito vereador em 1876, exercendo o mandato até 1880. Foi ainda presidente da Câmara e Deputado Geral pela Província do Rio de Janeiro, no ano de 1880.
 O Dr. Carlos Travassos havia empreendido a primeira tradução das obras de Allan Kardec e levara a bom termo a versão portuguesa de "O Livro dos Espíritos". Logo que esse livro saiu do prelo levou um exemplar ao deputado Bezerra de Menezes, entregando- o com dedicatória. O episódio foi descrito do seguinte modo pelo futuro Médico dos Pobres: "Deu-mo na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a longa viagem, disse comigo: ora, adeus! Não hei de ir para o inferno por ler isto... Depois, é ridículo confessar-me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi-me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia. Mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!... Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no "O Livro dos Espíritos". Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença".

No dia 16 de agosto de 1886, um auditório de cerca de duas mil pessoas da melhor sociedade enchia a sala de honra da Guarda Velha, na rua da Guarda Velha, atual Avenida 13 de Maio, no Rio de Janeiro, para ouvir em silêncio, emocionado, atônito, a palavra sábia do eminente político, do eminente médico, do eminente cidadão, do eminente católico, Dr. Bezerra de Menezes, que proclamava a sua decidida conversão ao Espiritismo.
Bezerra era um religioso no mais elevado sentido. Sua pena, por isso, desde o primeiro artigo assinado, em janeiro de 1887, foi posta a serviço do aspecto religioso do Espiritismo. Demonstrada a sua capacidade literária no terreno filosófico e religioso, quer pelas réplicas, quer pelos estudos doutrinários, a Comissão de Propaganda da União Espírita do Brasil, incumbiu-o de escrever, aos domingos, no "O Paiz" tradicional órgão da imprensa brasileira, a série de "Estudos Filosóficos", sob o título "O Espiritismo". O Senador Quintino Bocaiúva, diretor daquele jornal de grande penetração e circulação, "o mais lido do Brasil", tornou-se mesmo simpatizante da Doutrina Espírita.
Os artigos de Max, pseudônimo de Bezerra de Menezes, marcaram a época de ouro da propaganda espírita no Brasil. De novembro de 1886 a dezembro de 1893, escreveu ininterruptamente, ardentemente.
 Da bibliografia de Bezerra de Menezes, antes e após a sua conversão do Espiritismo, constam os seguintes trabalhos: "A Escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extingui- la sem dano para a Nação", "Breves considerações sobre as secas do Norte", "A Casa Assombrada", "A Loucura sob Novo Prisma", "A Doutrina Espírita como Filosofia Teogônica", "Casamento e Mortalha", "Pérola Negra", "Lázaro - o Leproso", "História de um Sonho", "Evangelho do Futuro". Escreveu ainda várias biografias de homens célebres, como o Visconde do Uruguai, o Visconde de Carvalas, etc. Foi um dos redatores de "A Reforma", órgão liberal da Corte, e redator do jornal "Sentinela da Liberdade".
 Bezerra de Menezes tinha a função de médico no mais elevado conceito, por isso, dizia ele: "Um médico não tem o direito de terminar uma refeição, nem de perguntar se é longe ou perto, quando um aflito qualquer lhe bate à porta. O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar-se fatigado, ou por ser alta hora da noite, mau o caminho ou o tempo, ficar longe ou no morro, o que sobretudo pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro - esse não é médico, é negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos de formatura. Esse é um desgraçado, que manda para outro o anjo da caridade que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu Espírito, a única que jamais se perderá nos vaivéns da vida."

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Em 1883, reinava um ambiente francamente dispersivo no seio do Espiritismo brasileiro e os que dirigiam os núcleos espíritas do Rio de Janeiro sentiam a necessidade de uma união mais bem estruturada e que, por isso mesmo, se tornasse mais indestrutível.
 Os Centros, onde se ministrava a Doutrina, trabalhavam de forma autônoma. Cada um deles exercia a sua atividade em um determinado setor, sem conhecimento das atividades dos demais. Esse sentimento levou-os à fundação da Federação Espírita Brasileira.
Nessa época já existiam muitas sociedades espíritas, porém, as únicas que mantinham a hegemonia de mando eram quatro: a "Acadêmica", a "Fraternidade", a "União Espírita do Brasil" e a "Federação Espírita Brasileira", entretanto, logo surgiram entre elas vivas discórdias.
 Sob os auspícios de Bezerra de Menezes, e acatando prescrições das importantes "Instruções" recebidas do plano espiritual pelo médium Frederico Júnior, foi fundado o famoso "Centro Espírita", o que, entretanto, não impediu que Bezerra desse a sua colaboração a todas as outras instituições. O entusiasmo dos espíritas logo se arrefeceu, e o velho seareiro se viu desamparado dos seus companheiros, chegando a ser o único freqüentador do Centro. A cisão era profunda entre os chamados "místicos" e "científicos", ou seja, espíritas que aceitavam o Espiritismo em seu aspecto religioso, e os que o aceitavam simplesmente pelo lado científico e filosófico.
 Em 1893, a convulsão provocada no Brasil pela Revolta da Armada, ocasionou o fechamento de todas as sociedades espíritas ou não. No Natal do mesmo ano Bezerra encerrou a série de "Estudos Filosóficos" que vinha publicando no "O Paiz".
 Em 1894, o ambiente mostrou tendências para melhora e o nome de Bezerra de Menezes foi lembrado como o único capaz de unificar o movimento espírita. O infatigável batalhador, com 63 anos de idade, assumiu a presidência da Federação Espírita Brasileira, cargo que ocupou até a sua desencarnação.
 Iniciava- se o ano de 1900, e Bezerra de Menezes foi acometido de violento ataque de congestão cerebral, que o prostrou no leito, de onde não mais se levantaria.
 Verdadeira romaria de visitantes acorria à sua casa. Ora o rico, ora o pobre, ora o opulento, ora o que nada possuía.
 Ninguém desconhecia a luta tremenda em que se debatia a família do grande apóstolo do Espiritismo. Todos conheciam suas dificuldades financeiras, mas ninguém teria a coragem de oferecer fosse o que fosse, de forma direta. Por isso, os visitantes depositavam suas espórtulas, delicadamente, debaixo do seu travesseiro. No dia seguinte, a pessoa que lhe foi mudar as fronhas, surpreendeu- se por ver ali desde o tostão do pobre até a nota de duzentos mil reis do abastado!...

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Ocorrida a sua desencarnação, verdadeira peregrinação demandou sua residência a fim de prestar-lhe a última visita.
No dia 17 de abril, promovido por Leopoldo Cirne, reuniram- se alguns amigos de Bezerra, a fim de chegarem a um acordo sobre a melhor maneira de amparar a sua família, tendo então sido formada uma comissão que funcionou sob a presidência de Quintino Bocaiúva, senador da República, para se promover espetáculos e concertos, em benefício da família daquele que mereceu o cognome de "Kardec Brasileiro".
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Digno de registro foi um caso sucedido com o Dr. Bezerra de Menezes, quando ainda era estudante de Medicina. Ele estava em sérias dificuldades financeiras, precisando da quantia de cinqüenta mil réis (antiga moeda brasileira), para pagamento das taxas da Faculdade e para outros gastos indispensáveis em sua habitação, pois o senhorio, sem qualquer contemplação, ameaçava despejá-lo.
 Desesperado - uma das raras vezes em que Bezerra se desesperou na vida - e como não fosse incrédulo, ergueu os olhos ao Alto e apelou a Deus.
Poucos dias após bateram- lhe à porta. Era um moço simpático e de atitudes polidas que pretendia tratar algumas aulas de Matemática.
 Bezerra recusou, a princípio, alegando ser essa matéria a que mais detestava, entretanto, o visitante insistiu e por fim, lembrando- se de sua situação desesperadora, resolveu aceitar.
 O moço pretextou então que poderia esbanjar a mesada recebida do pai, pediu licença para efetuar o pagamento de todas as aulas adiantadamente. Após alguma relutância, convencido, acedeu. O moço entregou-lhe então a quantia de cinqüenta mil réis. Combinado o dia e a hora para o início das aulas, o visitante despediu-se, deixando Bezerra muito feliz, pois conseguiu assim pagar o aluguel e as taxas da Faculdade. Procurou livros na biblioteca pública para se preparar na matéria, mas o rapaz nunca mais apareceu.
 No ano de 1894, em face das dissensões reinantes no seio do Espiritismo brasileiro, alguns confrades, tendo à frente o Dr. Bittencourt Sampaio, resolveram convidar Bezerra a fim de assumir a presidência da Federação Espírita Brasileira.
 Em vista da relutância dele em assumir aquele espinhoso encargo, travou-se a seguinte conversação:
 - Querem que eu volte para a Federação. Como vocês sabem aquela velha sociedade está sem presidente e desorientada. Em vez de trabalhos metódicos sobre Espiritismo ou sobre o Evangelho, vive a discutir teses bizantinas e a alimentar o espírito de hegemonia.
 - O trabalhador da vinha, disse Bittencourt Sampaio, é sempre amparado. A Federação pode estar errada na sua propaganda doutrinária, mas possui a Assistência aos Necessitados, que basta por si só para atrair sobre ela as simpatias dos servos do Senhor.

- De acordo. Mas a Assistência aos Necessitados está adotando exclusivamente a Homeopatia no tratamento dos enfermos, terapêutica que eu adoto em meu tratamento pessoal, no de minha família e recomendo aos meus amigos, sem ser, entretanto, médico homeopata. Isto aliás me tem criado sérias dificuldades, tornando-me um médico inútil e deslocado que não crê na medicina oficial e aconselha a dos Espíritos, não tendo assim o direito de exercer a profissão.
 - E por que não te tornas médico homeopata? disse Bittencourt.
 - Não entendo patavinas de Homeopatia. Uso a dos Espíritos e não a dos médicos.
 Nessa altura, o médium Frederico Júnior, incorporando o Espírito de S. Agostinho, deu um aparte:
 - Tanto melhor. Ajudar-te-emos com maior facilidade no tratamento dos nossos irmãos.
- Como, bondoso Espírito? Tu me sugeres viver do Espiritismo?
 - Não, por certo! Viverás de tua profissão, dando ao teu cliente o fruto do teu saber humano, para isso estudando Homeopatia como te aconselhou nosso companheiro Bittencourt. Nós te ajudaremos de outro modo: Trazendo-te, quando precisares, novos discípulos de Matemática...
 Grandes Vultos do Espiritismo




Atualização: 
19 MAI 2013
16hs56min P.M.


Cada mente é como um céu...


Cada homem, como cada Espírito, é um mundo por si mesmo e cada mente é como um céu...
Do firmamento descem raios de sol e chuvas benéficas para a organização planetária, mas também, no instante do atrito de elementos atmosféricos, desse mesmo céu procedem as faíscas destruidoras.
Assim, a mente humana.
Dela se originam as forças equilibrantes e restauradoras para os trilhões de células do organismo físico; mas, quando perturbada, emite raios magnéticos de alto poder destrutivo para as comunidades celulares que a servem.
Somente o amor proporciona vida, alegria e equilíbrio.
Praticando a subida espiritual, melhoraremos sempre.
Esta é a lei.

Do Livro “Missionários da Luz” 
André Luiz / Chico Xavier




18 MAI 2013
15hs15min

Os sons do silêncio


    Um rei mandou seu filho estudar no templo de um grande mestre com o objetivo de prepará-lo para ser uma grande pessoa.

    Quando o príncipe chegou ao templo, o mestre o mandou sozinho para uma floresta.

    Ele deveria voltar um ano depois, com a tarefa de descrever todos os sons da floresta.

    Quando o príncipe retornou ao templo, após um ano, o mestre lhe pediu para descrever todos os sons que conseguira ouvir.

    Então disse o príncipe:

    "Mestre, pude ouvir o canto dos pássaros, o barulho das folhas, o alvoroço dos beija-flores, a brisa batendo na grama, o zumbido das abelhas, o barulho do vento cortando os céus..."

    E ao terminar o seu relato, o mestre pediu que o príncipe retornasse a floresta, para ouvir tudo o mais que fosse possível.

    Apesar de intrigado, o príncipe obedeceu a ordem do mestre, pensando:

    "Não entendo, eu já distingui todos os sons da floresta..."

    Por dias e noites ficou sozinho ouvindo, ouvindo, ouvindo..., mas não conseguiu distinguir nada de novo além daquilo que havia dito ao mestre.

    Porém, certa manhã, começou a distinguir sons vagos, diferentes de tudo o que ouvira antes.

    E quanto mais prestava atenção, mais claros os sons se tornavam.

    Uma sensação de encantamento tomou conta do rapaz.

    Pensou: "Esses devem ser os sons que o mestre queria que eu ouvisse..."

    E sem pressa, ficou ali ouvindo e ouvindo, pacientemente.

    Queria ter certeza de que estava no caminho certo.

    Quando retornou ao templo, o mestre lhe perguntou o que mais conseguira ouvir.

    Paciente e respeitosamente o príncipe disse:

    "Mestre, quando prestei atenção pude ouvir o inaudível som das flores se abrindo, o som do sol nascendo e aquecendo a terra e da grama bebendo o orvalho da noite..."

    O mestre sorrindo, acenou com a cabeça em sinal de aprovação, e disse:

    "Ouvir o inaudível é ter a calma necessária para se tornar uma grande pessoa.

    Apenas quando se aprende a ouvir o coração das pessoas, seus sentimentos mudos, seus medos não confessados e suas queixas silenciosas, uma pessoa pode inspirar confiança ao seu redor; entender o que está errado e atender as reais necessidades de cada um.

    A morte do espírito começa quando as pessoas ouvem apenas as palavras pronunciadas pela boca, sem se atentarem no que vai no interior das pessoas para ouvir os seus sentimentos, desejos e opiniões reais.

    É preciso, portanto, ouvir o lado inaudível das coisas, o lado não mensurado, mas que tem o seu valor, pois é o lado mais importante do ser humano..."

    Do livro: Histórias da Tradição Sufi - Editora Dervish



    Atualização: 
    26 ABR 2013
    12hs26min

    12 - Aproximação da Doutrina Espírita


    Ao se aproximar da Doutrina Espírita, por diversos motivos e variados caminhos, em algum momento as pessoas são orientadas para a leitura. Deparam-se então, com vasta bibliografia que, se bem orientada, levará o leitor a descobrir um leque de possibilidades com informações, estudos, reflexões e consolo facilitadores do viver.

    O livro é um instrumental importante para o cumprimento da afirmação inicial do Espírito da Verdade pois “Não só fala mais de perto à inteligência e à sensibilidade do leitor, como atua fora do centro, alcançando um número maior de pessoas, passando de mão em mão como luzeiro a aquecer os corações e iluminar as consciências.”
    Emmanuel



    Atualização: 
    26 ABR 2013
    12hs21min


    11 - A causa das doenças


    A verdadeira causa das moléstias germina no desequilíbrio psíquico, quando a mente se subverte e acelera a dinâmica perigosa das paixões brutais. Então produzem-se os tóxicos nocivos que depois afetam a força vital etérica e alimentam os vírus invisíveis do mundo astral, fazendo-os baixar vibratoriamente até à organização carnal. Ante a desarmonia vital provocada pelo descenso dos venenos psíquicos oriundos da mente desgovernada, o organismo fica incapacitado para impedir a proliferação microbiana perigosa, assim como seria impossível suster-se uma avalancha líquida desenfreada, depois que se rompessem as comportas de uma represa. Aliás, muitos cientistas terrenos já concluem, sensatamente, que “os micróbios acompanham mas não causam a doença”

    Ramatís - Fisiologia da Alma.



    Atualização:
    26 ABR 2013
    11hs30min

    10 - A casa mental e a reforma íntima sem Martírio 
    “Não podemos dizer que possuímos três cérebros simultaneamente. Temos apenas um que, porém, se divide em três regiões distintas. Tomemo-lo como se fora um castelo de três andares: no primeiro situamos a residência de nossos impulsos automáticos, simbolizando o sumário vivo dos serviços realizados; no segundo localizamos o domicílio das conquistas atuais, onde se erguem e se consolidam as qualidades nobres que estamos edificando; no terceiro, temos a casa das noções superiores, indicando as eminências que nos cumpre atingir. Num deles moram o hábito e o automatismo; no outro residem o esforço e a vontade; e no último demoram o ideal e a meta superior a ser alcançada. Distribuímos, deste modo, nos três andares, o subconsciente, o consciente e o superconsciente. Como vemos, possuímos, em nós mesmos, o passado, o presente e o futuro.” – André Luiz, capítulo 3, No Mundo Maior, FEB.
    Entendendo a casa mental
    O estudo deste tema é fundamental em quaisquer assuntos da reforma íntima. É um tema de fácil entendimento e usaremos da ilustração para ajudar a compreensão.
    André Luiz fez uma comparação dos níveis mentais com uma casa. O porão é onde guardamos tudo aquilo que poderá nos servir em algum momento. É o armazém ou depósito da mente, denominado pelo autor espiritual como subconsciente, no qual se encontram todas as experiências boas ou infelizes, representando todo o nosso passado desde que fomos criados por Deus. Tudo que nós fazemos é registrado nessa parte da mente.
    A parte social da residência é o local no qual mais movimentamos, assim como a cozinha, quarto, sala e demais cômodos mais usados em uma casa. É o nível chamado de consciente e corresponde a todas as operações relativas ao momento presente, constituindo a personalidade atual desde o renascimento na matéria até o momento atual.
    O sótão é a parte da casa que mais raramente utilizamos no intuito de relaxar, descansar ou refletir. Representa o superconsciente ou região nobre da mente onde se encontram todos os germens divinos da perfeição, em estado latente. É o nosso futuro.
    Na ilustração você pode ver uma relação entre as cores amarelo, branco e preto como sendo superconsciente, consciente e subconsciente e os respectivos andares da casa.
    Os três níveis mentais têm correspondência com três áreas da vida cerebral no corpo físico, mas não vamos aqui aprofundar esse aspecto que poderá ser estudado no livro de André Luiz.
    Os moradores dos três níveis
    Segundo o autor espiritual André Luiz, no subsconsciente mora o automatismo e o hábito. No consciente reside o esforço e a vontade e no superconsciente encontramos o ideal e a meta.
    A compreensão dos mecanismos de interação entre estes moradores auxilia-nos imensamente entender como se opera o grande objetivo espiritual da reforma íntima.
    Conceituando reforma íntima
    Essas três partes da vida mental estão em constante interatividade. Do subsconsciente partem apelos automatizados que foram consolidados ao longo de várias reencarnações e que podem dominar nossas ações, pensamentos e sentimentos. Por exemplo: quem já tenha fumado em outras reencarnações ou tenha desenvolvido o talento de tocar piano terá impulsos para fumar novamente e grande facilidade para aprender piano na presente existência corporal.
    Na reforma íntima, como temos que superar muitos impulsos ou tendências do passado é necessário que os moradores do consciente, ou seja, o esforço e a vontade, sejam manejados decididamente para tomar conta da vida mental e escolher com sabedoria o que queremos fazer, pensar e sentir, diante dos ideais de transformação moral. Aqui temos um primeiro conceito de reforma íntima: a ascendência da vontade e do esforço sobre nossos milenares hábitos cristalizados no subconsciente.
    O conflito interior nasce dessa luta entre consciente e subconsciente. É preciso muita disciplina para conter os impulsos, nem sempre nobres, dessa parte subconsciente da vida mental.
    Outro conceito importante de reforma íntima é o aprendizado de despertar os valores divinos que se encontram adormecidos no superconsciente. Educação é exatamente esse ato de extrair ou colocar para fora os tesouros de nossa divindade que se encontram adormecidos nesse nível. Todos nós os temos guardado nesse campo da vida mental superior. Por exemplo: quando buscamos a calma, a alegria, a fé e tantos outros patrimônios espirituais, em verdade todos eles já se encontram no superconsciente.
    A meditação, a oração, o desenvolvimento da honestidade em relação aos nossos sentimentos, o hábito do auto-amor através do cuidado conosco e o serviço do bem são algumas das muitas formas de acessar essa zona mental nobre, e recolher o conteúdo energético que nos fará sentir o bem-estar de uma vida saudável e plena.
    A casamental e a reforma íntima sem martírio
    O estudo da casa mental lança uma luz sobre o tema reforma íntima, porque auxilia-nos a entender que não destruímos nada daquilo que fomos, apenas transformamos para melhor.
    O subconsciente não morre, não acaba. Ele faz parte do processo de ascensão do Espírito. Ali estão gravadas as experiências felizes e infelizes e, ambas, serão importantes para seu progresso.
    Portanto, focar o conceito da melhoria espiritual ou reforma íntima apenas na ótica de “matar o homem velho” ou exterminar o passado (subconsciente), pode conduzir-nos a um esforço de contenção e disciplina muito acentuado ao ponto de criarmos o martírio.
    Mais do que contenção ou repressão, precisamos de educação, isto é, aprender a trabalhar o desenvolvimento das potencialidades que estão no superconsciente. Ninguém faz reforma íntima legítima apenas disciplinando o subconsciente.
    É sobre esse ponto que quero refletir com os leitores e amigos no próximo número da revista, quando desenvolverei a parte 2 deste artigo.
    Procure fazer um estudo da obra “No Mundo Maior”, de André Luiz e conjugue-a com a obra “Reforma Íntima sem Martírio”, de Ermance Dufaux. Você verá o quanto aprenderá sobre seu mundo mental em favor da construção de uma pessoa nova e melhor a partir de você mesmo.
    Escrito por Wanderlei Oliveira 

    Fonte: Revista Cristã de Espiritismo

    Atualização:
    10 FEV 2013
    9hs37min

    9 - O Espírita e o carnaval


    Muitos espíritas, ingenuamente, julgam que a participação nas festas de Momo, tão do agrado dos brasileiros, não acarreta nenhum mal a nossa integridade psico-espiritual. E de fato, não haveria prejuízo maior, se todos pensassem e brincassem num clima sadio, de legitima confraternização. Infelizmente, porém, a realidade é bem diferente. Vejamos, por exemplo, as conclusões a que chegou um grupo de psicólogos que analisou o carnaval, segundo matéria publicada já há algum tempo no Correio Brasiliense, importante jornal da Capital da República:
    “(...) de cada dez casais que caem juntos na folia, sete terminam a noite brigados (cenas de ciúme, intrigas, etc.); que, desses mesmos dez casais, posteriormente, três se transformam em adultério; que de cada dez pessoas (homens e mulheres) no carnaval, pelo menos sete se submetem a coisas que abominam no seu dia-a-dia, como o álcool e outras drogas (...). Concluíram que tudo isto decorre do êxtase atingido na grande festa, quando o símbolo da liberdade, da igualdade, mas também da orgia e da depravação, estimulado pelo álcool leva as pessoas a se comportarem fora de seus padrões normais (...)”.
    Um detalhe importante que, provavelmente, eles não sabem, é que no plano invisível a turma do astral inferior também se prepara e vem aos magotes participar dos folguedos carnavalescos. Na psicosfera criada por mentes convulsionadas pela orgia, os espíritos das trevas encontram terreno propício para influenciar negativamente, fomentando desvios de conduta, paixões grosseiras, agressões de toda a sorte e, ainda, astuciosas ciladas. No livro “Nas Fronteiras da Loucura”, psicografado por Divaldo Pereira Franco, são focalizados vários desses processos obsessivos, sobre pessoas imprevidentes, que pensavam apenas em se divertir no carnaval do Rio. Mostra também o infatigável trabalho dos espíritos do bem, a serviço de Jesus, procurando diminuir o índice de desvarios e de desfechos profundamente infelizes.
    Só por essa amostra já dá pra ver como é difícil, para qualquer cristão, passar incólume pelos ambientes momescos. Por maior que seja a sua fé, os riscos de contrariedades e aborrecimentos são muito grandes. Fiquemos, portanto, com o apóstolo Paulo, que dizia “tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”. (I Cor. 6,12).
    Pedro Fagundes Azevedo
    Fonte: Portal do Espírito


    29 NOV 2012
    11hs40min P.M.

    8 - AOS CURADORES
    Mestre Hilarion


     “Curadores do Plano Físico, Saudações!
    Aproveito este momento para lhes comunicar que muitas curas se têm feito neste planeta, através de vocês. Somos imensamente gratos, pois colaboram muito com o processo de limpeza e ascensão a que estamos buscando acontecer aqui.
    Quero que saibam que para aqueles de vocês que possuem intenção clara e coração aberto ao Amor Puro, têm suas energias ampliadas a cada vez que estão movimentando as energias de cura.
    Quero que saibam que enquanto trabalham com apenas uma pessoa, outras mil estão se beneficiando, em algum nível.
    Isto é uma Dispensação Divina que nos foi autorizada pelo Pai/Mãe Maior, no sentido de acelerar e amplificar a cura neste planeta.
    Todo o plasma curador é direcionado ao alto, centralizado e unificado numa espécie de gerador energético. Ali, ele é ampliado e redistribuído para vários pontos do planeta, acessando a todos os que necessitam.
    Portanto, enquanto vocês trabalham para a cura de um único ser, outros mil estão sendo também curados.
    Mas, isto apenas é possível para os curadores que possuem intenções claras e coração aberto ao Amor Puro. Quero repetir isso para que saibam o quão isso é importante!
    Saibam que não importa a técnica que usam, saibam que o que importa é sua intenção e o Amor que trazem em seu coração. E estão todos vocês sob a minha supervisão. Atuam todos dentro do meu Sagrado Templo de Cura, fazem toda a parte da minha equipe: a Legião de Curadores de Hilarion, sob o comando maior de Lord Melquisedeque.
    Portanto, lhes digo que o seu compromisso, na posição/missão de curador que vocês escolheram ser, é antes de tudo um compromisso com Deus Pai/Mãe.
    Quero que se conscientize que ser um curador é fato sério, e muitas vezes faz parte de seus resgates cármicas. Esta posição/missão não deve de forma alguma estar ligada ao ego inferior e suas armadilhas, porque isto impede que as energias fluam de maneira adequada. Ainda acrescento: melhor para vocês se afastarem da posição/missão de curador caso não consigam dominar seus egos inferiores.
    Entrar nisso buscando fama, prestígio e status social faz com que acumulem imenso carma negativo. Ser curador não é modismo.
    Portanto, perguntem-se: quais são suas reais intenções ao decidirem fazer parte de nossa Legião? E renovem essa pergunta todos os dias, para que não se percam diante das densidades que ainda os rondam.
    Saibam que para nós, ser um curador é ter como principal objetivo a busca do bem estar e crescimento do outro. É abrir incondicionalmente seus corações e jamais julgar aquele que necessita de sua ajuda. É realizar e disponibilizar sua energia curadora em benefício de um objetivo maior.
    E nada em troca pedir, sabendo e confiando que tanto a sua proteção, assim como os recursos para vocês são abundantes e que mesmo sem pedirem, eles virão até vocês como água que flui em suas torneiras.
    Pois então, querido curador, ser um curador é ter em suas mãos grande responsabilidade.
    Portanto, agora que sabem que seu potencial de cura são potencializados e multiplicados, pedimos que se mantenham íntegros no trabalho para a LUZ, com pensamentos puros e Amor Puro em seus corações. Necessitamos muito disso para que possamos continuar nesse projeto.
    Mais uma vez agradecemos a todos os que, até agora, se posicionaram de forma adequada dentro desta posição/missão.
    Em bênçãos,
    Eu Sou Hilarion, Príncipe das Esmeraldas”.


    23 NOV 2012
    10hs1min A.M.



    7 - Depoimento de Bezerra de Menezes Publicado pelo reformador 
    em 15 de outubro de 1892


    Nasci e criei-me,até aos 18 anos,no seio de uma
    família tradicionalmente católica,que levava a sua
    crença até à aceitação de um absurdo,por mais

    repugnante que fosse,imposta à fé passiva dos crentes,pela
    Igreja Romana.

    Aprendi aquela doutrina e acostumei-me às suas
    práticas,mas empiricamente,sem procurar a razão da
    minha crença.

    Dois pontos,entretanto,me apareciam luminosos no
    meio daquela névoa;eram:a existência da alma,responsável
    por suas obras,e a de Deus,criador da alma e de tudo o que existe.

    Ao demais,eu considerava sagrado tudo o que
    meus pais me ensinavam a crer e a praticar: a religião católica,
    apostólica,romana.

    Aos 19 anos,e naquela disposição de espírito,deixei
    a casa paterna,para vir fazer meus estudos na capital do
    Império,onde vivi,mesmo no tempo de estudante,por
    minha conta,sem ter a quem prestar obediência.

    Continuei na crença e práticas religiosas que eu trouxe
    do berço,mas na convivência com os moços,meus colegas,
    em sua maior parte livres pensadores,ateus,comecei
    batendo-me com eles e acabei concorde com eles,
    parecendo-me excelso não ter a gente que prestar conta de
    seus atos.

    Não foi difícil esta mudança,pela razão de não ser
    firmada em fé raciocinada a minha crença católica;mas,
    apesar disto,a mudança não foi radical,porque nunca pude
    banir de todo a crença em Deus e na alma.

    Houve em mim uma perturbação,de que nasceu a
    dúvida,Fiquei mais céptico do que cristão e cristão somente
    por aqueles dois pontos.

    Em todo o caso deixe de ser católico e via os meus
    dois pontos luminosos por entre as nuvens.

    Casei-me com uma moça católica,a quem amava de
    coração e sempre respeitei suas crenças,guardando nos seios
    de minha alma a descrença.

    No fim de quatro anos,fui subitamente batido pelo
    tufão da maior adversidade que me podia sobrevir:minha
    mulher me foi roubada pela morte,em 20 horas,deixando-me
    dois filhinhos,um de 3 anos e outro de 1.

    Aquele fato produziu-me um abalo físico e moral,de
    prostrar-me.

    As glórias mundanas,que havia conquistado mais por
    ela que por mim,tornaram-se aborrecidas,senão
    odiosas,e,como delas,coisas da terra,eu não via nada,
    nada encontrei que me fosse de lenitivo a tamanha dor.

    Sempre gostei de escrever,mas inutilmente tentava
    fazê-lo,porque,no fim de poucas linhas,tédio mortal se
    apoderava de mim.
    A leitura foi sempre a minha distração predileta,mas
    dava-se este respeito o mesmo que a respeito de escrever:
    abria um,outro,outro livro sobre ciência,sobre literatura,
    sobre o que quer que fosse,mas não tolerava a leitura de
    uma página sequer.

    Um dia,meu companheiro de consultório trouxe da
    rua um exemplar da Bíblia,tradução do padre Pereira de
    Figueiredo,entressachado de estampas finíssimas.

    Tomei o livro,não para ler,que já não tentava
    semelhante exercício,mas para ver as estampas,com
    verdadeira curiosidade infantil.

    Passei todas em revista,mas,no fim,senti desejo de
    ler aquele livro que encerrava minhas perdidas crenças,e
    também porque era vergonha para um homem de letras
    dizer que nunca o lera.

    Comecei,pois,e esqueci-me a ler o belo livro,até
    perder a condução para minha casa;e,depois que cheguei
    à residência,sentia prazer que voltaria a lê-lo!

    Eu mesmo fiquei surpreendido do que se passava em
    mim!

    li toda a Bíblia e,quanto mais lia,mais vontade tinha
    de continuar,fruindo doce consolação com aquela leitura.

    Quando acabei,eu sentia a necessidade de crer,não
    nessa crença imposta à fé,mas numa crença firmada na
    razão e na consciência.

    Onde lhe descobrir a fonte?

    Atirei-me à leitura dos livros sagrados,com ardor,
    com sede;mas sempre uma falha ao que meu espírito
    reclamava.

    Começaram a aparecer as primeiras notas espíritas
    no Rio de Janeiro;mas eu repelia semelhante doutrina,sem
    conhecê-la nem de leve!Somente porque temia que ela
    perturbasse a tal ou qual paz que me trouxera ao espírito a
    minha volta à religião de meus maiores,embora com
    restrições.

    Um colega (Dr.Joaquim Carlos Travassos),porém
    tendo trazido O Livro dos Espíritos,de Allan Kardec,
    fez-me presente de um exemplar,que aceitei,por cortesia.

    Deu-mo na cidade,e eu morava na Tijuca,a uma hora
    de viagem de bonde.

    embarquei assim,abri o livro e prendi-me a ele,como
    aconteceu com a Bíblia.

    lia,mas não encontrava nada que fosse novo para o
    meu espírito,e entretanto tudo aquilo era novo para mim.

    dava-se em mim o que acontece muitas vezes a quem
    muito lê,e que um dia encontra uma obra onde se lhe
    deparam idéias,que já leu,mas que não sabe em que autor.

    Eu já tinha lido e ouvido tudo o que se acha em O
    Livro dos espíritos,mas eu tinha a certeza de nunca haver
    lido obra alguma espírita,e,portanto,me era impossível
    descobrir onde e quando me fora dado o conhecimento de
    semelhante idéias!

    Preocupei-me seriamente com esta fato que me era
    maravilhoso e a mim mesmo dizia:parece que eu era espírita
    inconsciente,ou,como se diz vulgarmente,de nascença,e
    que todas essa vacilações que meu espírito sentia eram
    marchas e contramarchas que ele fazia,por descobrir o que
    lhe era conhecido e,porventura,obrigado a isto.

    Eis o que fui em que crença vivi,até que me tornei
    espírita.

    Apesar de convencido da verdade do Espiritismo,eu
    nunca tinha assistido,nem confirmado sequer da comunicação
    dos Espíritos.

    tendo sido atacado de dispepsia,que me reduziu a
    um estado desesperador,sem que me tivesse proporcionado
    o menor alívio a medicina oficial,apesar de ter eu recorrido
    aos mais notáveis médicos desta capital,resolvi,depois de
    um sofrimento de 5 anos,recorrer a um médium receitista,
    em que muito se falava,o Sr.João Gonçalves do Nascimento.

    Eu não acreditava nem deixava de acreditar na
    medicina medianímica,e confesso que propendia mais para
    a crença de que o tal médium era um especulador.

    Em desespero de causa,porém,eu recorreria a ele,
    mesmo que soubesse ser um curandeiro.

    Tentava um recurso desesperado,e fazia uma
    experiência sobre a mediunidade receitista.

    Era preciso,porém,visto que se tratava de uma
    experiência,que eu tomasse todas as cautelas,para que ela
    me pudesse dar uma convicção fundada.

    Combinei com o Dr.Maia de Lacerda,completamente
    desconhecido de tal médium,ser ele que fizesse
    pessoalmente a consulta,recomendando-lhe que assistisse
    os trabalhos do médium,enquanto este escrevesse,e pedisse-lhe
    o papel,logo que acabasse de escrever;porque bem
    podia ter ele um médico hábil,por detrás do reposteiro,
    que lhe arranjasse aquelas peças.

    É verdade que um médico,não saberia de que se
    tratava,visto que só dava ao médium o nome de batismo e
    a idade dos consulentes,não poderia adivinhar-lhe os
    sofrimentos,mas,em todo o caso,eu queria ter a certeza de
    que era exclusivamente do médium,homem completamente
    ignorante de medicina.

    O Dr.Lacerda fez como lhe recomendei,e trouxe-me
    o que,a meu respeito escreveu o médium,que não podia
    reconhecer-me por meu nome próprio,"Adolfo",não só
    porque a muitas pessoas com este nome,como porque
    sou conhecido geralmente por Bezerra de Menezes,e bem
    poucos dos que não entretêm relações íntimas comigo
    sabem que me chamo Adolfo.

    Tomei o papel que dizia:
    O teu órgão,meu amigo(era o Espírito que falava ao
    médium),não é suficiente para satisfazer este consulente,
    em vista das circunstâncias de sua elevada posição social
    (eu era membro da Câmera dos Deputados)e principalmente
    de sua proficiência médica.

    Entretanto,como não dispomos de outro,faremos
    com ele o mais que pudermos.

    "Vejo do organismo consultante...";seguia-se uma
    descrição minuciosa de meus sofrimentos e suas causas
    determinantes,tão exatos aqueles,quanto perfeitamente
    fisiológicas estas.

    Não posso descrever o abalo que me produziu este
    fato estupendo!

    Segui o tratamento espírita,e os que os mestres da
    Ciência não conseguiram em cinco anos,Nascimento
    obteve em três meses.

    Em três meses,eu estava completamente curado;
    estava forte,comia e dormia perfeitamente bem,era um
    homem válido,em vez de um valetudinário.

    Logo após este fato,deu-se me o de ser minha segunda
    mulher condenada como tuberculosa em segundo para
    terceiro grau,por importantes médicos,e disse Nascimento
    o que consultei,com as precisas cautelas para ele não saber
    de quem se tratava:

    Enganam-se os médicos que diagnosticaram
    tuberculose(quem lhe disse que os médicos haviam feito
    tal diagnósticos?).

    Esta doente não tem tubérculo algum.Seu sofrimento
    é puramente uterino,e,se for convenientemente tratada,
    será curada.

    "Se os médicos soubessem a relação que existe entre
    o útero,o coração e o pulmão esquerdo,não cometeriam
    erros com este."

    Sujeitei a minha doente,já que tinha febres,suores e
    todos os sinais da tisica em grau avançado,ao tratamento
    espírita,e em poucos meses tudo aquilo desapareceu, e já
    criado quatro filhos,sem mais sentir nenhum incomodo
    nos pulmões.


    Como resistir a evidência de fatos tais?

    Depois deles comecei as investigações experimentais
    sobre os vários pontos da doutrina,e posso afirmar,daqui,
    que tenho verificado,quando é permitido ao homem
    alcançar em certeza,a perfeita exatidão de todos os
    princípios fundamentais do espiritismo.

    Não cabe num trabalho desta ordem referir o resultado
    experimental alcançado sobre cada um,e por isto me limito
    a dizer:

    O espiritismo é para mim uma ciência,cujos
    postulados são demonstrados tão perfeitamente como se
    demonstrasse o peso de um corpo.

    Nada me impressionou mais do que ver um homem,
    sem conhecimentos médicos,até sem instrução regular,
    discorrer sobre moléstias,com proficiência anatômica e
    fisiológica,sem claudicar,como bem poucos médicos o
    podem fazer.

    Mas do que isto,porém,é,para impressionar,ver
    dizer um indivíduo,que não se conhece,que não se
    examina,que não se colhem se quer informações,e
    não se sabe senão a idade dizer,em tais condições,que
    sofre de tais moléstias,com tais e tais complicações,por
    tais e tais causas,e confirmar o diagnostico pelo resultado
    eficaz do tratamento aplicado naquele sentido.

    Tive,porém,de muitas experiências pessoal,como fato
    que muito me impressionou.

    Eu estava em tratamento com o médium receitista
    Gonçalves Nascimento,e este costumava mandar-me os
    vidros,logo que eu acabava uma prescrição,por um primo
    meu,estudante de preparatórios,que morava em minha
    casa,na Tijuca,a uma hora de viagem da cidade.

    Meu primo costumava,sempre que me trazia os
    remédios(homeopáticos)da casa do Nascimento,entregar-me
    os vidros em mão,e nunca,durante três meses que já
    durava meu tratamento,me trouxe do médium recado por
    escrito,senão simplesmente os vidros de remédios,tendo
    no rótulo a indicação do modo pelo qual devia ser tomado.

    Um dia deixei de ir à Câmara dos Deputados,de que
    fazia parte,e,pelas duas horas da tarde,passeava,na
    varanda,lendo uma obra que me tinha chegado as mãos,
    quando me apareceu um vizinho,Sr.Andrade Pinheiro,
    filho do Presidente da Relação de Lisboa,e moço de
    inteligência bem cultivada.

    O Sr.Pinheiro não conhecia o Espiritismo,senão de
    conversa,e como eu fazia experiência em mim,ele
    aproveitava a minha experiência,para fazer juízo sobre a
    verdade ou falsidade da nova Doutrina.

    Depois dos primeiros comprimentos,perguntou-me
    como ia eu com o tratamento espírita.

    Respondi lhe com estas palavras:"Estou bom;sinto
    apenas uma dorzinha nos quadris e uma fraqueza nas costas,
    como quem está cansado de andar muito."

    Conversamos sobre o fato de minha cura em três
    meses,quando nada alcancei com a medicina oficial,em
    cinco anos,e passamos a outros assuntos,até que,uma hora
    pouco mais ou menos depois,entrou meu primo com os
    vidros de remédios e com um bilhete,escrito a lápis,que
    me mandava Nascimento e que dizia:

    "Não,meu amigo,não estás bom como pensas.

    Esta dor nos quadris,que acusas,esta fraqueza das
    coxas,são a prova de que a moléstia não esta de todo
    debelada.

    És médico e sabes que muitas vezes elas parecem
    combatidas,mas fazem erupções,por ventura perigosas.

    Tua vida é necessária;continua teu tratamento."

    É fácil compreender a surpresa,a admiração,o abalo
    profundo que produziu na minha alma um fato tão fora de
    tudo o que tinha vista em minha vida.

    Repetiram-se,da cidade,textualmente,as minhas
    palavras,como só poderia fazer quem estivesse ao alcance
    de ouvi-las!

    Efetivamente,calculado o tempo que leva o bonde da
    casa do Nascimento à minha,reconhecemos,eu e Pinheiro,
    que aquela respostas me fora dada,na cidade,precisamente
    à hora em que eu respondia,na Tijuca,à interpelação de
    meu visitante.

    Pode haver fatos mais importantes no domínio do
    Espiritismo;eu porém,não tive ainda nenhuma que me
    impressionasse como esse,e,atendendo-se ao tempo em
    que ele se deu(quando eu estava sujeitando à prova
    experimental a nova Doutrina),compreende-se que
    impressão poderia causar-me.

    Creio que se eu fosse ainda um incrédulo desses que
    fecham os olhos para não ver,ainda assim não poderia
    resistir à impressão que me causou semelhante fato.

    Saulo não teve,mais do que eu teria,razão para fazer-se
    Paulo.

    Influência física,nenhuma senti;porém,moralmente
    sou outro homem.

    Minha alma encontrou finalmente onde pousar,tendo
    Deixado os espaços agitados pelo vendaval da descrença,
    da dúvida,do cepticismo,que devasta,que esteriliza,que
    caucina,se assim me posso exprimir,recordando as torturas
    de que sente a necessidade de crer,mas não encontra onde
    assentar sua crença.

    E não encontrava onde assentar sua crença,porque
    o ensino de Jesus,que numa força intrínseca e uma disposição
    psíquica me levaram a procurar,como o nauta perdido na
    vastidão dos mares procura o norte me era oferecido sobe
    um aspecto impossível de acomodar-se com um sentimento
    íntimo,instrutivo,exato,que me desse a razão e a
    consciência de ali estar a verdade;mas a verdade não é aquilo.

    Ah!A Igreja Romana!A Igreja Romana!

    O Cristianismo nunca terá tão formidável inimigo!
    O materialismo nunca terá aliado tão prestimoso!

    Eu já disse como,antes de aceitar o Espiritismo,vivi a
    fugir de toda a crença religiosa,por não poder aceitar uma
    que impõe à fé,por decreto de seus ministros,e a ser
    arrastado para essa mesma crença,que não podia aceitar,
    como se mão amiga me arrastasse para o cascalho,dentro
    do qual estava incrustado o brilhante.


    Eu já disse como me abracei com o cascalho para não
    rolar no abismo da descrença,e como aquela mão me
    impeliu para ele,quebrou-o a meus olhos,e me fez patente
    o brilhante nele contido.

    Minha alma encontrou finalmente onde pousar!

    Posso dizer o meu "credo" espírita,com aplauso de
    minha consciência,e não por força de uma autoridade que
    se arroga o dinheiro de impor a fé.

    Nestas condições,tendo encontrado a linfa que me
    saciou a sede de crer,posso ser mais o que era antes?

    A moral cristã,iluminada pelos inefáveis princípios
    do Espiritismo,não pode deixar de modificar,para melhor,
    a quem cultiva não somente por dever,mas também e
    principalmente por nela ter encontrado a paz do espírito!

    Não sou,por minha fraqueza,o que ela deve fazer do
    coração humano;não posso julgar,sem incorrer em orgulho
    ou falsa modéstia;mas posso assegurar que ja compreendo
    os meus deveres para com Deus,para com os meus
    semelhantes,de um modo diverso,acentuadamente mais
    elevado,que antes de ser espírita.

    Julgo,pois,que me é lícito dizer que as novas opiniões
    acarretaram para mim sensível modificação moral.

    E,para confirmá-lo,basta consignar este fato:

    Antes de ser espírita,só pensar em perder um filho,
    fazia-me mentalmente blasfemar,punha-me louco.

    Depois de espírita,tenho perdido quatro filhos adorados,
    e depois de criados,louvando e agradecendo ao,
    Pai de amor ter provado,por aquele modo,minha
    obediência a seus sacrossantos decretos.


    Livro:"Saúde do Espírito"
    Espírito:"Bezerra de Menezes"


    22 NOV 2012
    13hs20min P.M.


    6 - A MISSÃO DOS MÉDIUNS


    A palavra médium, como hoje a utilizamos, vem do latim, da palavra médium, que significa meio, intermediário.
    Médium é como uma ponte, que liga duas margens de um rio, ou como um telefone, que permite a duas pessoas distantes se comunicarem.
    Há vários tipos de mediunidade, e o livro que mais se aprofunda na sua classificação é O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, lançado no século XIX, livro de leitura indispensável a quem se propuser conhecer, estudar e assumir a mediunidade.
    A mediunidade é a capacidade natural que um ser humano tem de servir de intermediário entre o mundo material e o mundo espiritual, ou entre os encarnados e os desencarnados.
    A mediunidade pode ser desenvolvida, mas é preciso que ela já esteja latente na pessoa, e esse dom tem sua base na genética, podendo, inclusive, ser passada de pai para filho, por herança genética, o que vemos muito acontecer entre os ciganos.
    A base genética é fator determinante para definir se uma pessoa será ou não médium.
    Há pessoas que não sabem nada sobre mediunidade, não gostam de mediunidade, mas nasceram médiuns, e o dom aflora em algum momento da vida, queira ou não a pessoa.
    Quando aceita, bem compreendida, e bem utilizada, a mediunidade é uma ponte para o céu, pois permite que a pessoa ajude muita gente com o seu dom. Para isso, basta olharmos o exemplo de nosso querido Chico Xavier.
    Não me proponho neste texto adentrar questões relativas à definição dos diversos tipos de mediunidade, nem suas características.
    Vou apenas falar da missão dos médiuns.

    A humanidade convive com a mediunidade desde muito cedo, talvez mesmo desde a sua origem.
    Qualquer que seja a tribo indígena da Amazônia, tribo na África ou em qualquer outro país, vemos a presença de um feiticeiro, pagé, xamã, ou outro nome dado ao sacerdote, como intermediário entre os vivos e os mortos.
    No passado isso sempre existiu também.
    Assim, vemos que em todas as épocas e em todas as culturas o ser humano sempre cuidou de se. comunicar de alguma forma com os chamados mortos, que na verdade nada têm de mortos.
    Os sacerdotes das tribos sempre foram os especialistas na comunicação com os mortos, porque eles são médiuns.
    Alguns são clarividentes, outros médiuns de psicofonia, ou incorporação, ou anda médiuns clariaudientes.
    Assim, enquanto uns ouvem os espíritos, outros veem, e outros incorporam, e com isso servem de intermediários entre os dois mundos aparentemente distantes, mas apenas dimensionalmente.
    A missão dos médiuns das tribos, os feiticeiros, pagés e xamãs sempre foi de curar os doentes de todos os tipos, sejam doenças físicas ou espirituais, e para isso eles utilizavam e ainda utilizam plantas, chás, ervas etc., muitas vezes indicadas pelos espíritos, através de algumas das formas de comunicação mediúnica.
    Até hoje isso é feito, e também em muitos centros espíritas isso é feito, com os médiuns que recebem receitas de remédios naturais.
    Antigamente, e ainda hoje em algumas tribos ao redor do mundo, médiuns participam de processos de cura.
    Há os que dão passe, sozinhos ou em conjunto com espíritos; há os que recebem receitas pela psicografia; há os que operam, com bisturis, como faziam Arigó e seus sucessores incorporando o conhecido Dr. Fritz, ou com facas, bocais de caneta, etc.
    Há médiuns incorporando espíritos em reuniões mediúnicas em centros espíritas e assemelhados, atuando nos complicados processos de obsessão, permitindo que os doutrinadores auxiliem na orientação dos espíritos, levando-os a perdoarem e com isso desfazerem as obsessões.
    Há médiuns fazendo pinturas mediúnicas e levando muita gente a acreditar na existência dos espíritos.
    Há médiuns de psicografia recebendo livros pela mediunidade e levando luz a milhões de pessoas ao redor do mundo.
    São tantos e variados os tipos de médiuns, e em tantos graus diferentes, e todos têm sua importância fazendo a ponte entre os dois mundos.
    A missão do médium, para mim, é acima de tudo despertar nas pessoas uma reflexão acerca. da sobrevivência do espírito após a morte do corpo.
    Todas as comunicações, todas as curas, todas as receitas recebidas, as cirurgias mediúnicas, etc., tudo isso tem como fim maior o despertar das pessoas para a vida no mundo espiritual, nosso mundo original, de onde viemos e para onde retornaremos em breve tempo.
    Os médiuns nos lembram, através da sua mediunidade, mesmo sem que isso seja dito, que somos espíritos, e temos mais de um corpo, sendo o corpo físico apenas um deles, e que aqueles que já “morreram” podem vir até nós para se comunicar, der mensagens, dar recados, dar conselhos, dar receitas de medicamentos, fazer cirurgias e muito mais.
    O papel do médium é extremamente importante!
    Seja recebendo inspiração dos espíritos ao fazerem uma palestra; seja recebendo sua influência de pensamentos e ideias ao escreverem um livro; seja transmitindo os pensamentos dos espíritos numa reunião mediúnica; seja psicografando mensagens de consolo ou escrevendo livros ditados pelos espíritos, todas as formas de mediunidade são importantes, e servem a um propósito.
    A missão dos médiuns é por demais nobres!
    Por isso, os médiuns precisam manter um razoável equilíbrio psíquico, emocional, e também físico.
    Não precisa tentar ser santo, como muitos tentam, e não conseguem!
    Santo mesmo são poucos que pisam na Terra!
    Se o médium for bom de coração, tiver boa-vontade, boa-fé, e amor para dar, isso já é o suficiente.
    Mediunidade é sacrifício!
    Os médiuns normalmente precisam sacrificar uma ou mais noites na semana para o trabalho de intermediação entre os dois mundos.
    Há médiuns que sofrem perseguição de espíritos maus em função de seu trabalho. E isso às vezes não é fácil mesmo.
    Médiuns às vezes sofrem incompreensão da própria família, que não aceita ou não acredita nessas coisas, e ainda sofre preconceito no trabalho, na escola, etc., e por isso muitos médiuns procuram se esconder, e levar duas vidas paralelas, uma para a sociedade, outra na sua casa de trabalho espiritual. Alguns têm uma vida dupla!
    Não é fácil ser médium!
    Algumas pessoas têm uma visão fantasiosa da mediunidade, e acham que ser médium é legal, e que é fácil.
    Legal só é para os que aceitam a mediunidade, e que estudam e que vivem a mediunidade com amor, e que se dedicam ao trabalho espiritual.

    Desequilibrado, o médium se torna presa fácil para seus perseguidores, e podem ser inclusive, manipulados para prejudicar a casa de trabalho, em processo de obsessão.
    Quando encaramos a mediunidade como missão, de verdade, e ao mesmo tempo como resgate, porque ela também tem esse aspecto, as coisas fluem melhor.
    Todo médium é um espírito endividado!
    Quanto maior o grau de mediunidade, mais endividado é o ser, que teve então uma oportunidade maravilhosa de encarnar com esse dom para servir ao próximo, para ajudar, para socorrer, e com isso resgatar pelo amor e pelo trabalho seus débitos passados, ao invés de resgatar pela dor.
    A missão do médium é espinhosa, mas muito bela!
    Um espírito como Hitler, por exemplo, causa a morte de milhões de pessoas em uma única vida, e pode em outra vida ser um espírito com alto potencial mediúnico, após o arrependimento, e ser como Chico Xavier, e ajudar milhões de pessoas, o que compensa o mal feito no passado.
    Apenas um exemplo, já que Chico Xavier nasceu enquanto Hitler ainda era encarnado.
    Se você é médium, e ainda não assumiu a sua missão, ainda não compreendeu a sublimidade dessa missão que lhe foi confiada, ainda está em tempo!
    Ao desencarnar lhe será perguntado: “O que você fez com os talentos que lhe foram dados?”.
    A mediunidade é um talento!
    Não enterre o seu talento debaixo da terra!
    O aceite estude-o, e utilize-o em benefício próprio e também do próximo, e com isso estará garantindo um futuro bem melhor para você e para a humanidade!

    Cobrar pelo talento que lhe foi dado de graça? Jamais!
    A mediunidade não pode virar moeda de troca!
    Mediunidade é fonte de luz, de amor, de força, para o crescimento e a evolução da humanidade!
    Faça da sua mediunidade a missão da sua vida, e da sua profissão o seu ganha-pão.
    Mediunidade com Jesus é intermediação do amor entre o Céu e a Terra!
    Muita Paz.
    Luiz Roberto Mattos
    Fonte: 
    www.mestresanahan.com



    21 NOV 2012
    16hs28min

    5 - O PERISPÍRITO E SUAS MODELAÇÕES



    Como será o tecido sutil da espiritual roupagem que o homem envergará, sem o corpo de carne, além da morte?
    Tão arrojada é a tentativa de transmitir informes sobre a questão aos companheiros encarnados, quão difícil se faria esclarecer à lagarta com respeito ao que será ela depois de vencer a inércia da crisálida.
    Colado ao chão ou à folhagem, arrastando-se, pesadamente, o inseto não desconfia que transporta consigo os germes das próprias asas.
    O perispírito é, ainda, corpo organizado que, representando o molde fundamental da existência para o homem, subsiste, além do sepulcro, demorando-se na região que lhe é própria, de conformidade com o seu peso específico.
    Formado por substâncias químicas que transcendem a série estequiogenética conhecida até agora pela ciência terrena, é aparelhagem de matéria rarefeita, alterando-se, de acordo com o padrão vibratório do campo interno.
    Organismo delicado, com extremo poder plástico, modifica-se sob o comando do pensamento.
    É necessário, porém, acentuar que o poder apenas existe onde prevaleçam a agilidade e a habilitação que só a experiência consegue conferir.
    Nas mentes primitivas, ignorantes e ociosas, semelhante vestimenta se caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico, ainda animalizado ou enfermiço.
    O progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito em qualquer plano de evolução.
    Note-se, contudo, que não nos reportamos aqui ao aperfeiçoamento interior.
    O crescimento intelectual, com intensa capacidade de ação, pode pertencer a inteligências perversas.
    Daí a razão de encontrarmos, em grande número, compactas falanges de entidades libertas dos laços fisiológicos, operando nos círculos da perturbação e da crueldade, com admiráveis recursos de modificação nos aspectos em que se exprimem.
    Não possuem meios para a ascese imediata, mas dispõem de elementos para dominar no ambiente em que se equilibram.
    Não adquiriram, ainda, a verticalidade do Amor que se eleva aos santuários divinos, na conquista da própria sublimação, mas já se iniciaram na horizontalidade da Ciência com que influenciam aqueles que, de algum modo, ainda lhes partilham a posição espiritual.
    Os “anjos caídos” não passam de grandes gênios intelectualizados com estreita capacidade de sentir.
    Apaixonados, guardam a faculdade de alterar a expressão que lhes é própria, fascinando e vampirizando nos reinos inferiores da natureza.
    Entretanto, nada foge à transformação e tudo se ajusta, dentro do Universo, para o geral aproveitamento da vida.
    A ignorância dormente é acordada e aguilhoada pela ignorância desperta.
    A bondade incipiente é estimulada pela bondade maior.
    O perispírito, quanto à forma somática, obedece a leis de gravidade, no plano a que se afina.
    Nossos impulsos, emoções, paixões e virtudes nele se expressam fielmente.
    Por isso mesmo, durante séculos e séculos nos demoraremos nas esferas da luta carnal ou nas regiões que lhes são fronteiriças, purificando a nossa indumentária e embelezando-a, a fim de preparar, segundo o ensinamento de Jesus, a nossa veste nupcial para o banquete do serviço divino.
    Emmanuel
    In “Roteiro” - Psicografia de Francisco Cândido Xavier

    21 nov 2012
    16HS13MIN


    Um ser humano consiste em um corpo físico e quatro corpos sutis: o duplo etérico, emocional, mental e astral. Cada corpo sutil tem um papel específico para executar, trazendo informação dos reinos não físicos ao veículo físico.
    A responsabilidade de seu corpo astral é atravessar a lacuna entre as experiências que acontecem nos planos astrais e sua realidade física. Embora a maioria não tenha consciência de visitar outros planos astrais, você constantemente visita outros lugares a fim de incorporar ensinos etéricos à sua existência física.
    Alguns chamam isto de experiência fora-do-corpo e outros chamam de viagem astral. Qualquer que seja a terminologia e se você tem ou não recordação consciente, todo ser humano sadio viaja durante o estado de sono para o mundo astral. Alguma vez você despertou e tentou abrir seus olhos ou mover seus braços e pernas, mas estava impossibilitado do movimento? Esta é uma situação na qual seu corpo físico despertou antes do retorno de seu corpo astral. Ou, então, alguma vez você teve sonhos onde você sobrevoava o quarto ou pairava em cima de seu corpo dormindo? Este é de fato seu corpo astral dando um alegre passeio antes de retornar ao seu campo físico.
    Existem sete planos astrais positivos e sete negativos associados com a Terra. Os planos astrais que você visita dependem principalmente do estágio de sua alma, sua consciência e sua evolução espiritual.  Aqueles que escolheram a energia escura, como a fonte de poder, pode visitar um dos planos astrais negativos desde que estes sejam os ensinos que lhes interessem. Porém, não existe uma regra definida, pois espíritos de luz não vão automaticamente para planos positivos enquanto os seres escuros não vão necessariamente para regiões negativas.
    Naturalmente, que a viagem astral a um plano negativo não é defendida por que o faz vulnerável. Embora você possa levar proteção adequada quando visita o plano negativo, mesmo assim você pode não suportar. Mais ainda, você está batalhando com entidades negativas quando desce ao plano astral negativo, e logicamente isto não é uma experiência agradável.
    Espíritos de luz que viajam para planos astrais negativos podem experimentar, periodicamente, pesadelos que estão tentando refletir suas experiências, ou eles poderiam despertar exaustos depois de dormir tranquilamente uma noite inteira.
    O corpo astral é a chave do seu crescimento espiritual devido à ponte que se constrói entre sua existência na Terra e seu trabalho no mundo etéreo. Entenda que todo o mundo está aprendendo no nível da alma, embora isto pareça não estar sendo integrado em sua existência terrestre. Julgar o progresso dos outros, não aceitar suas tentativas de evolução, só serve para criar blocos em sua própria evolução.

    Na transição deste plano ao término de sua vida física, você de fato extrai o seu corpo astral do seu corpo físico. Essencialmente, o corpo astral age como o vínculo conector de vida para vida. Entre encarnações, você frequenta escolas astrais em um dos sete planos positivos, se assim o desejar, é claro, e revisa experiências passadas. Aqueles que viveram experiências próximo-da-morte, em estado de coma, por exemplo, e se viram caminhando através da luz, de fato estavam se movendo em seu corpo astral. Quando, contudo, determinam que não fosse hora para desencarnar, eles dirigiram seu corpo astral de volta ao corpo físico.
    Vale saber também que alguns de nós desenvolvemos danos em nosso corpo astral devido a vidas passadas que não sustentaram a integração de nossas aprendizagens, do espiritual para o físico. Estes bloqueios impedem nossa habilidade para transferir facilmente nossas experiências noturnas para nossa vida física, nos dificulta lembramos-nos do que vivemos em estado de sono. Se você sente separado da energia do divino ou frequentemente se sente frustrado e depressivo, e não consegue se recordar de suas vivências astrais, você pode ter algum dano espiritual e para saná-lo, existem algumas práticas muito boas, entre elas, essa que aconselhamos abaixo:
    Deite-se em contato com a água em uma banheira ou algo em que possa se deitar. Conscientemente, tente ver seu corpo astral sendo extraído de seu campo físico e mergulhe, mentalmente, em uma suave luz azul.
    Quando você puder imaginar seu corpo astral unido e incandescente com essa luz azul, permaneça assim por alguns minutos. Este é um exercício simples que lhe permite "reintegrar" a energia dos reinos espirituais mais altos ao seu corpo sutil, através da fusão dos seus campos vibracionais com os campos de vibração da água.



    19 NOV 2012
    14hs48min

    3 - NA SENDA DO CORAÇÃO


     Há muitas coisas feias nos bastidores do mundo, que fazem com que muitas pessoas se desviem do caminho. Muitas coisas que machucam o coração e que fazem o estudante espiritual perder a fé e o brilho de seu coração. É preciso ter a persistência nessa caminhada espiritual. Porque, muitas pedras são lançadas para bloquear a senda e, até mesmo aquele que está do seu lado hoje, poderá ser amanhã a pessoa que deixará mais uma pedra… Siga o seu coração, siga a luz de dentro, sem jamais perder a esperança. Não importa o materialismo exacerbado do mundo, mas o mundo que está dentro de você e o que faz com ele, nesse caminho que acontece dentro do seu coração. Não é pelo fato de você estar encarnado, nesse momento, que está separado da Existência Maior. Porque, agora mesmo, o seu sentimento está conectado ao Todo. A busca do sentimento é estar conectado com Ele. Algumas situações aconteceram em seu caminho (como acontece com todos), e lhe trouxeram tristeza, e isso machucou sua fé e abalou sua esperança e bondade. No entanto, a Luz continua em seu coração. Por isso, perdoe. Não carregue sombras em seus propósitos. Persistência e vontade firme são fatores essenciais na senda espiritual. Você é um espírito! E acender a Luz no coração é amar. É sentir-se pleno e sintonizado na estação do Bem. Portanto, não deixe que nada faça você sair dessa sintonia. O amor é como um rio… E muitos querem mergulhar em suas águas. Mas, bem poucos sabem nadar bem nos sentimentos e, por isso, acabam se afogando nos redemoinhos das emoções turbulentas. Não se engane: você terá que enfrentar muitas coisas que estão dentro de si mesmo. E em cada trabalho espiritual, feito de coração, em espírito e verdade, muitas vezes são libertadas cargas deletérias, ligações escuras do passado, muitas vezes entranhadas nos chacras. É isso: em cada trabalho de amor, você liberta o seu próprio coração. Então, por favor, não faça por menos. Fique na Luz. 
    POR: CARLA - Terapeuta Holística

    19 NOV 2012
    7hs23min

    2 - Concentração nas Reuniões Mediúnicas
      Uma das dificuldades dos integrantes das reuniões mediúnicas diz respeito à concentração.
         A capacidade de controlar, direcionar e manter o pensamento dentro das finalidades da reunião é, para a maioria, um esforço muito grande e que nem sempre dá bons resultados. Não raro os pensamentos se dispersam, fixam-se em fatos do dia-a-dia e acabam por tornar alguns sonolentos, enquanto outros estão distraídos e longe dos objetivos propostos para um trabalho sério. Alguns poucos, então, conseguem uma boa concentração e estes sustentarão os trabalhos programados, porém, como é óbvio, sem alcançar melhor produtividade devido aos bloqueios vibratórios existentes no ambiente.
         A nossa cultura ocidental não dá ênfase à necessidade do controle mental, pois é fundamentada em uma mentalidade racional, extremamente prática, extrovertida e imediatista valorizando a horizontalidade da vida terrestre, exatamente oposta ao Oriente, cuja mentalidade se estrutura de forma intuitiva, mística e introvertida e que realça a essência espiritual do ser humano, incentivando a busca da verticalidade.
         Nos últimos tempos tem-se notado um sensível aumento no interesse por algumas práticas orientais, ressaltando-se a meditação, cujos benefícios estão sendo procurados pelos ocidentais, que despertaram para a necessidade de uma busca interior, ou seja, o autoconhecimento.
         A concentração que é praticada nas reuniões mediúnicas, evidentemente, tem conotações próprias e não deve ser tomada aqui como as realizadas nas práticas orientais, embora os aspectos semelhantes nas suas bases, quais sejam a disciplina mental, o controle e equilíbrio dos pensamentos. Exatamente por terem estes mesmos fundamentos é que citaremos algumas definições de autores do Oriente, visto que a sabedoria oriental é multi milenar e pode beneficiar-nos sobremaneira através desses pontos comuns.

      Concentração - Conceito: Concentrar, segundo o dicionário Aurélio, significa "fazer convergir para um centro ou para um mesmo ponto. Aplicar a atenção a algum assunto".
         Um autor oriental, Mouni Sadhu, esclarece que o poder de concentração consiste na "habilidade para manter inabalavelmente sua percepção sobre um tema escolhido, pelo tempo que você decidir continuar com ele" (Do livro "Meditação").
         É exatamente essa capacidade de concentrar nos objetivos da reunião mediúnica que irá favorecer a realização dos trabalhos.
         Leon Denis, em sua magistral obra "No Invisível", alerta:

      "Conforme o seu estado psíquico , os assistentes favorecem ou embaraçam a ação dos Espíritos".
                                       
      Dificuldades de Concentração

         Deixamos a palavra com Leon Denis, que assinala o motivo principal da dificuldade de concentrar:
                            "Na maior parte dos homens os
                            pensamentos flutuam sem cessar.
                            Sua mobilidade constante e sua
                            variedade infinita pequeno acesso
                            oferecem às influências superiores.
                            É preciso saber concentrar-se, pôr
                            o pensamento acorde com o
                             pensamento divino.(...)"
                            ("O Problema do Ser, do Destino
                              e da Dor", cap. XX)

         A reunião mediúnica apresenta ainda outras conotações que são peculiares ao tipo de atividade que ali se desenvolve.
         Assim, a dificuldade de concentrar-se nos objetivos elevados que o exercício da mediunidade requer é resultado da pouca prática que a maioria das pessoas têm de fixarem seus pensamentos em assuntos edificantes, em ideais e ideias nobres durante o seu dia-a-dia. Estão com a mente sempre ocupada pelos problemas e questões do cotidiano, por coisas supérfluas e interesses imediatistas, pelo noticiário e programa da TV, por literatura e músicas teor inferior, por conversações extremamente banais e irresponsáveis, e não conseguem esvazia-la desses assuntos para dar campo às influências benéficas dos Espíritos Superiores, dos Mentores que assessoram os trabalhos.
         Ensia Leon Denis:
                  "As preocupações de ordem material criam correntes
                   vibratórias horizontais, que põem obstáculo às radiações
                   etéreas e restringem nossas percepções. Ao contrário,
                   a meditação, a contemplação e o esforço constante
                   para o bem e o belo formam correntes ascensionais,
                   que estabelecem as relações com os planos superiores
                  e facilitam a penetração em nós de eflúvios divinos ".

      A importância da concentração mediúnica

        "Nesse sentido, consideremos a concentração mental de modo diverso dos que a comparam a interruptor, de fácil manejo que, acionado, oferece passagem à energia comunicante, sem mais cuidados... A concentração, por isso mesmo, deve ser um estado habitual da mente em Cristo e não uma situação passsageira junto ao Cristo".
         Nossos pensamentos têm determinado teor vibratório, de acordo com os sentimentos que os tipificam.
         É imprescindível compreendermos que o pensamento é energia viva "construindo paisagens ou formas e criando centros magnéticos ou ondas, com os quais emitimos a nossa atuação ou recebemos a atuação dos outros(Emmanuel - "Roteiro", cap.28).
          Este é o processo natural de sintonia e que predomina no curso de nossa existência.
         Nas tarefas mediúnicas esta sintonia apresenta peculiaridades próprias. É essencial que exista uma afinizaçào, uma sintonia entre os participantes para que se estabeleça uma sincronia de forças, a conhecida "corrente vibratória".
         Pode-se inferir, desde agora, o quanto é importante a concentração individual, visto que a qualidade dos trabalhos de intercâmbio depende fundamentalmente da participação consciente e responsável de cada um.
          Recordemos Leon Denis, quando leciona a respeito:
                    "São favoráveis as condições de experimentação quando o
                     médium e os assistentes constituem um grupo harmônico,
                      isto é, quando pensam e vibram em uníssono. No caso
                      contrário, os pensamentos emitidos e as forças exteriorizadas
                      se embaraçam e anulam reciprocamente..."(No Invisível)

         Ele acrescenta ainda que o médium em meio a essas correntes contrárias fica bloqueado, sem condições de atuar mediunicamente ou bastante prejudicado na filtragem das mensagens.
         Em "O livro dos Médiuns", o Codificador ressalta a necessidade da concentração ao referir-se à reunião como um ser coletivo, resultante das qualidades e propriedades de seus membros e esta tanto mais força terá quanto maior homogeneidade vibratória houver. Ele afirma que o poder de associação dos pensamentos de todos é que contribuirá para a comunicação dos Espíritos, "mas a fim de que todos esses pensamentos concorram para o mesmo fim, preciso é que vibrem em uníssono; que se confundam, por assim dizer em um só, o que não pode dar-se sem a concentração"(Item 331).
          Portanto, cada participante precisa estar consciente de sua contribuição para que haja êxito nas atividades programadas pela Espiritualidade Maior.
         João Cleófas(Espírito), m seu excelente livro "Intercâmbio Mediúnico", desenvolve o pensamento de Kardec e Denis, em linguagem moderna:
                "A média que resulta das fixações mentais dos membros
                 que constituem o esforço da sessão mediúnica oferece
                 os recursos para as realizações programadas.
                 A concentração individual, portanto é de alta relevância,
                 porque a mente que sintoniza com as idéias superiores
                 vibra em freqüências elevadas"

      Como Obter uma boa Concentração

         A concentração não requer um esforço físico. Pessoas que tentam concentrar franzindo a testa, fechando os olhos com força ou denotando qualquer outro tipo de tensão muscular não alcançarão a finalidade a que se propõem.
         Ao contrário do que imaginam, a concentração exige um relaxamento e passa por alguns estágios, quais sejam:
           1. Relaxamento - O relaxamento do corpo físico serve para preparar e favorecer a calma, a tranqüilidade interior.
           2. Abstração - Abstrair-se do mundo exterior, de tudo ao seu redor.
           3. Interiorização - Fazer silêncio interior, abstraindo-se também dos conteúdos psicológicos(emoções, pensamentos, imagens, lembranças, etc).
           4. Fixar a mente - A mente se fixa e a atenção volta-se exclusivamente para o objetivo da reunião.
           5. Aquietar a mente - Neste ponto a mente se aquieta e, no caso dos médiuns, oferece espaço para a sintonia mental com o Espírito que irá transmitir a comunicação.

      Afirma João de Cleófas:
               "A concentração, é, pois, a fixação da mente numa idéia positiva,
               idealista, ou na repetição meditada da oração que edifica, e que,
               elevando o pensamento às fontes geradoras da vida, dá e recebe,
               em reciprocidade, descargas positivas de alto teor de energias
               santificadoras."(Intercâmbio Mediúnico)

      Pensamentos Intrusos

         Todos os que se iniciam nos exercícios de concentração ou de meditação percebem que é difícil controlar os pensamentos e que, com freqüência, vêem-se assaltados por pensamentos intrusos, inconvenientes e inoportunos.
         Deixemos a lição a respeito com um dos mestres orientais:
                  "No início toda a sorte de maus pensamentos podem ocorrer,
                   se levantarão na sua mente. Você se sobressaltará .
                   Ficará atormentado. Isto é um bom sinal. É sinal de progresso
                   espiritual. Voe está evoluindo espiritualmente. Esses
                   pensamentos, com a continuidade(dos exercícios), morrerão
                   com o tempo".(Trechos do livro "Concentração e Meditação",
                   de Swami Sivananda).

         Ele também aconselha que a pessoa não lute contra a sua mente durante a concentração.
         O mais acertado é  aceitar com tranqüilidade e estabelecer o hábito de retorno, isto é, retornar aos objetivos propostos.
         No livro de Mira y Lopes, "Curso Prático de Concentração Mental" o autor refere-se ao"hábito de retorno", para disciplinar a mente.
      André Luiz, sintetizando o esforço que os integrantes dos grupos mediúnicos devem realizar, anota em seu livro "Os Mensageiros" a palavra de Aniceto, relativa ao nosso tema:

                "Boa concentração exige vida reta. Para que os nossos
                 pensamentos se congreguem uns aos outros, fornecendo
                o potencial, de nobre união para o bem, é indispensável o
                trabalho preparatório de atividades mentais na meditação
                de ordem superior. A atitude íntima de relaxamento(este
                termo tem neste contexto o significado de descaso), ante
               as lições evangélicas recebidas, não pode conferir ao crente,
               ou ao cooperador, a concentração de forças espirituais no
               serviço de elevação tão-só porque estes se entreguem
               apenas por alguns minutos na semana, a pensamentos
               compulsórios de amor cristão.(...)."(Cap. 47)

         A Doutrina Espírita é um convite permanente à transformação moral, levando a um processo natural de autodescobrimento e propiciando condições para a realização desse encontro pessoal. Toda essa mudança, quando ocorre naquele que já interiorizou os princípios espíritas, denota um amadurecimento que favorece a uma nova compreensão da vida e a uma necessidade premente da busca da verticalidade. Quando existe essa conscientização o indivíduo torna-se cônscio de usas responsabilidades procurando, então, adquirir hábitos equilibrados, o que irá favorecer a sua concentração enquanto integrante de um grupo mediúnico.
         Deixemos com Emmanuel a palavra final:
                 "Receberás, portanto, variados apelos, nascidos do campo
                  mental de todas as inteligências encarnadas e desencarnadas
                  que se afinam contigo, tentando influenciar-te através de
                  ondas inúmeras em que se revela a gama infinita dos
                  pensamentos da Humanidade, mas se buscas o Cristo, não
                  ignoras em que altura lhe brilha a faixa."
                   ("Seara dos Médiuns", Faixas pág. 125).


      19 OUT 2012
      9hs20min A.M.


      1  - O Poder da Oração

      "Toda vez que se ora num lar, prepara-se a melhoria do ambiente doméstico. Cada prece do coração constitui em emissão eletromagnética de relativo poder, é um grande poder de iluminação interior, mas também um processo avançado de defesa exterior, pelas claridades espirituais que se acendem em torno de si.
      A oração é uma “alavanca que move o mundo”.
      De fato, quantas pessoas são vitoriosas frente a doenças, mágoas, decepções, injúrias. A oração às salvou. Quem reza se salva.
      A oração é uma ponte. A pessoa orante é fabricadora de pontes, é pontífice. Abatem-se os muros e constroem-se pontes com a sabedoria da prece. Essa ponte vai da terra ao céu e do coração do orante aos irmãos espirituais numa grande conexão. A escalada da oração é exigente, requer perseverança. É um combate.
      A oração é muralha, é escudo, é proteção, é abrigo, é segurança. Quem reza está imunizado contra muitos males. A oração nos protege das tentações. Sem ela caímos na murmuração e abraçamos a tentação.
      A oração é escola. O Mestre interior é a luz que se renova. Na escola da oração aprendemos a prática do bem, a beleza do perdão, a alegria da convivência, à esperança nas decepções. A oração nos faz discípulos, iluminados, sábios, humanos e verdadeiros. Quem ora irradia luz. Irradia o fulgor de Deus.
      A oração enche o orante de audácia e coragem, de força e tenacidade, de luz e compaixão. Cristo não somente rezava, mas, ensinava a rezar, principalmente a perseverança na oração. De fato, a oração é inspiração de cada momento, recolhimento do coração, recordação das maravilhas de Deus, é força para a luta cotidiana. Eis a arte da oração.
      A oração é uma rendição diante de nossa insuficiência e da paternidade de Deus. A oração é a fala entre filhos (as) e Pai. Portanto, oração é questão de amizade, é encontro de duas consciências, duas intimidades, duas existências. Na oração acontece uma troca de olhares, de confidências, de interioridades. Rezar é um ato de amor, um ato afetivo que inflama o orante de amor ao criador e ao próximo. "